Tiara no Red Carpet

Entre tantas joias maravilhosas que passaram pelo Red Carpet do Oscar, uma tiara muito poderosa, usada pela atriz Rachel Weisz, impressionou os amantes da alta joalheria. Incomum, marcante e muito especial, se trata de uma peça rara, com pedigree e história, confeccionada pela Cartier, em 1903.

A joia faz parte da Coleção particular da grife e já foi exposta em museus ao redor do mundo e também é destaque em vários livros de arte. Pelos diamantes que ostenta, o adorno já seria digno do Oscar, mas o design, meninas, torna o objetivo em uma  verdadeira obra prima. A tiara é na verdade composta por dois broches que imitam as folhagens de samambaias e são totalmente articulados, uma engenharia que só pode ser feita com perfeição por um exímio joalheiro. A peça é de platina e cravejada de diamantes redondos e lapidação antiga.

Two articulated fern-spray brooches, 1903, diamonds and platinum, Collection Cartier, Geneva

Seu design é fruto da fascinação britânica por samambaias, elemento que muito utilizado na decoração artística ao longo do século XIX e no século XX. A delicadeza e a beleza das folhas ondulantes das numerosas variedades de samambaias trazidas para a Inglaterra de muitas partes do Império, naturalmente também influenciou as joalherias e mestres como Cartier.  

Os broches foram encomendados por Sir Ernest Cassel (1852-1921) como um presente para sua irmã Wilhemina (“Bobbie”; 1847-1925). Completamente articulados de ponta a ponta, eles vinham acompanhados de um conjunto de estruturas estreitas e sobressalentes e uma minúscula chave de fenda. Dessa forma podiam ser montados juntos de várias maneiras, se transformando tanto num colar, como em um broche ou numa tiara. Não é uma ideia sensacional? Imagine a sua tiara de casamento podendo ser usada de muitas outras formas e acompanhando a sua história ao longo da vida? Simplesmente genial!

Esse exemplo revela que a ideia de transformar joias importantes em outras mais usuais não é nova. O uso de tiaras atingiu o auge na Era Eduardiana, entre 1880 a 1914, e foi impulsionada pelo luxo que dominou a época. Joias de cabeça eram absolutamente necessárias e bem-vindas as mulheres elegantes. Não precisa ser rainha ou noiva para usar o adereço, todas usavam tiaras nas festas e ocasiões mais requintadas.

Gostou dessa ideia? Então é só me chamar!

Beijo, beijo!

Miguel Alcade

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