Paixão, luxo e história de uma tiara

As melhores joias vêm sempre com boas histórias. E na feira de artes TEFAF Maastricht deste ano, que acontece nessa semana na Holanda, reunindo grandes especialistas em antiguidades, uma tiara digna de um filme de Hollywood está em exibição. Estamos falando da Tiara Anglesey, que raramente é vista em público e se trata de uma verdadeira preciosidade.

A joia com design vitoriano, foi criada em 1890 e é formada por uma fileira de mais de 100 quilates de diamantes. Esse fio com as gemas pode ser tirado da coroa e usado como um colar riviera. Não é maravilhosa essa ideia? Eu amei já e estou louco para fazer uma assim para vocês! rsrsrs.

A história dessa lindeza está ligada ao Marquês de Anglesey, Charles Henry Alexander Paget. Ele era um personagem irreverente, que amava o luxo e os prazeres da vida. Chocou a sociedade vitoriana com seu esbanjamento e extravagancias.  Ele fez parte de grupo de teatro que percorreu a Europa, fazendo peças de Oscar Wilde e coreografias de dança consideradas “provocativas”. Fora do palco, ele amava joias raras, carros equipados com escapamentos que borrifavam perfume e roupas luxuosas.

Era generoso e apaixonado, e deu a sua esposa, Marjorie, essa magnífica tiara como provo do seu amor eterno. É ela quem aparece no famoso retrato feito renomado fotógrafo da sociedade Cecil Beaton na coroação do rei George VI usando a tiara.

Depois de viver a vida intensamente, o marquês teve um destino trágico e morreu um ano depois de tuberculose com apenas 29 anos. Muitos dos seus objetos foram à leilão  e a tiara é uma preciosidade que sobreviveu ao tempo, contando a sua história de paixão pela vida.

“Ele queria aproveitar a vida”, diziam seus amigos. Ele usaria essa tiara apenas por sua beleza para seu próprio prazer.

Beijo, beijo!

Miguel Alcade

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