Eu que vivo para criar joias para casamento, sempre estou com uma coroa na cabeça! Se não literalmente, ao menos em pensamento e no olho bem treinado na busca de inspiração. E por mais que se crie, invente ou reinvente, é inegável que a principal referência para as coroas e tiaras ainda nos dias de hoje continua sendo aquela que eu considero a “mãe” de todas essas criações, a coroa oficial da Rainha Elizabeth II.
Conhecida como a joia das joias, a Coroa de Santo Eduardo é, talvez, a mais famosa de todas as joias que já adornaram a monarquia. Criada por Sir Robert Viner em 1661, foi especialmente confeccionada para coroação de Carlos II, em substituição a uma coroa medieval do século 11 que foi derretida em 1649. Não por acaso, é considerada como a mais importante das Joias da Coroa Britânica.
Também pudera! A peça tem quase 2,3 quilos, sendo coberta com mais de 400 pedras preciosas como rubis, safiras, topázios, turmalinas, ametistas, granadas, zircônias e águas-marinhas, montadas em uma estrutura de ouro maciço, prata e platina. Imponente, guarda histórias incríveis e algumas curiosidades, como o fato de ter sido usada para coroar apenas 4 monarcas.
Outro ponto faz o queixo cair é que, até o comecinho do século 20, as pedras preciosas e semipreciosas eram todas emprestadas! Durante 3 séculos, toda vez que a coroa era posta em uso, as joias eram cedidas para as cerimônias e devolvidas. Foi somente na coroação do avô de Elizabeth II, George V. que a monarquia britânica resolveu adquirir a sua própria coleção de pedras. Depois de saber disso, quero ver quem é que terá coragem de chamar o marido de pão-duro! Rsrsrs….
Uma obra de arte com esse valor histórico não tem preço, mas um site resolveu avaliar a coroa. Para isso, fez extensivas pesquisas em livros, guias internacionais de pedras preciosas, registros históricos e até o catálogo do fornecedor de tecidos da Rainha, visto que o objeto também contém veludo e arminho. Segundo divulgado, as safiras presentes na Coroa de Santo Eduardo são os elementos mais valiosos, batendo mais de US$ 2,1 milhões (perto de R$ 8,6 milhões), seguidos pelas turmalinas e pelo ouro, avaliados em US$ 345 mil e US$ 87 mil – ou quase R$ 1,4 milhão e mais de R$ 347 mil –, respectivamente.
Os elementos mais “baratinhos” da coroa são o veludo, custando US$ 3 (mais ou menos R$ 12), e o arminho, estimado em US$ 34 (perto de R$ 136). No total, a joia foi avaliada em US$ 4.519.709, cerca de R$ 18 milhões! Um tesouro e tanto, mas que se comparado ao valor da coleção completa das Joias da Coroa, que vale mais de US$ 3.5 bilhões ou perto de R$ 14 bilhões, é apenas um mimo de luxo. Maravilhosamente imponente como deve ser a coroa de uma grande rainha.
Beijo, beijo!
Miguel Alcade