Todo casal apaixonado e os profissionais ligados ao mundo Wedding sabem o quanto Paris é uma forte referência sempre que se trata de casamentos. É lá que estão alguns dos maiores ícones quando se pensa em romance e cenários românticos. Para a nossa tristeza, um deles está em ruínas após ter passado por grave incêndio. Eu fiquei profundamente triste ao ver nos noticiários a Catedral de Notre-Dame ardendo em chamas. Uma perda, sem dúvida irreparável para todos que conhecem esse símbolo parisiense e para os casais que sonhavam em celebrar o amor aos pés desse templo.
Esse famoso templo religioso de arquitetura gótica começou a ser construído em 1163. A construção do templo foi dedicada à Virgem Maria (Notre-Dame quer dizer, em português, Nossa Senhora). Localizada em uma pequena ilha na capital francesa e rodeada pelas águas do Sena, a obra levou 180 anos para ficar pronta. Atraia cerca de 13 milhões de turistas todos os anos, e entre eles milhares de casais apaixonados em celebravam um casamento simbólico às margens do Sena com vista para a igreja mais famosa da França. Simbólico porque casar dentro desse templo era algo muito difícil para pessoas comuns como nós. Apenas celeridades e figuras influentes tinham esse privilégio. Afinal, trata-se da igreja onde Henrique IV se casou em 1572 com Marguerite de Valois, a Rainha Margot, convertendo-se ao catolicismo.
Ali estavam guardados tesouros da humanidade, pinturas, esculturas e vitrais tidos como obras-primas, além de muita história. A catedral foi restaurada diversas vezes em seus mais de oito séculos de existência. Durante todo esse tempo, foi palco de episódios que ficaram marcados para sempre. Na década de 1450, correu em Notre-Dame o processo de reabilitação de Joana d’Arc (1412-1431), que havia sido queimada. Já durante a Revolução Francesa, em 1789, o povo francês subiu até a fachada da igreja e destruiu as cabeças das estátuas. O manifestou ficou famoso como “cabeças de pedra”, numa referência clara à guilhotina, com os cidadãos demonstrando sua insatisfação com seus líderes.
Em 1831, a catedral entrou definitivamente para o imaginário popular. Foi nesse ano que Victor Hugo lançou o livro “O corcunda de Notre-Dame”, uma história de amor que ficou conhecido em todo o mundo e que deu origem à história da Disney “A Bela e a Fera”. O amor pela humanidade também teve espaço nesse tempo. No século 20, a igreja foi palco de celebrações com cantos religiosos que marcaram o fim da primeira e da segunda Guerra Mundial. Segundo relatam alguns historiadores, Adolf Hitler deu uma ordem antes da ocupação nazista na França na Segunda Guerra: “Destruam tudo, mas poupem Paris e Notre-Dame”. Com alegria, em 25 de agosto de 1944. Felizmente, os sinos de Notre-Dame anunciaram a liberação da França da ocupação nazista.
Por obra da Virgem Maria, quem sabe, a Notre-Dame já passou por outras reformas e sobreviveu às grandes tragédias. Em 1801, a catedral passou por um processo de restauro para celebrar um acordo entre a França e a Santa Sé e para a coroação de Napoleão Bonaparte, em 1804. Em 1831, no entanto foi saqueada e teve seus vitrais quebrados. O que desejo, do fundo do meu coração, é que a Virgem conceda novamente sua grande graça e faça a Catedral voltar à nossa vida. Onde há fé, há esperança. Eu creio!
Beijo, beijo,
Miguel Alcade